A HISTÓRIA DA CIDADE DE BOMBINHAS
Praias paradisíacas, mar azul como o céu e uma natureza exuberante com trilhas e cachoeiras que trazem paz e tranquilidade para quem visita.
Situada no litoral norte de Santa Catarina, Bombinhas pode ser considerada como um dos municípios mais belos da região.
Seja por sua imponência econômica ou, então, pelas praias limpas com mar calmo que a cidade possui.
O fato é que Bombinhas é um pequeno pedaço do paraíso dentro de Santa Catarina, e traz na sua história diversas curiosidades que nos explicam como tudo começou. Você sabia que até 1992 o município nem existia?
Calma! No artigo de hoje, a gente te conta tudo sobre a história desta cidade litorânea de apenas 34,5 km² e que encanta todos os turistas que por ela passam. Fique conosco!
Os primeiros registros históricos
Para entender a história, precisamos voltar ao ano de 1527. Tempos em que o Brasil acabara de ser descoberto pelo português Pedro Álvares Cabral.
Entretanto, por conta do Tratado de Tordesilhas no mapa brasileiro, foram navegadores espanhóis que atracaram suas embarcações pela primeira vez no território que conhecemos hoje como Bombinhas.
Tratado de TordesilhasO Tratado de Tordesilhas foi um documento assinado em junho de 1494, na vila espanhola de Tordesilhas. Os protagonistas foram Portugal e Espanha, que delimitaram, através de uma linha imaginária, as posses portuguesa e espanhola no território da América do Sul, chamado de “Novo Continente”.Essa linha imaginária passava a 370 léguas de Cabo Verde. O território a oeste da linha ficaria com a Espanha e a leste, Portugal. De acordo com alguns mapas, o território português no Brasil começava próximo a onde atualmente se encontra Belém, no Pará, e descia em linha reta até perto de Laguna, em Santa Catarina. O objetivo era acabar com as disputas de território desde que o novo continente havia sido “descoberto”, dois anos antes.Como Bombinhas estava à esquerda da linha imposta pelo documento, poderia pertencer aos descobridores espanhóis. |
De acordo com os relatos dos livros, Sebastião Caboto, navegador italiano, a serviço do Rei da Espanha, chegou à baía de Zimbros, local que hoje fica entre Porto Belo e Bombinhas.
Ali, ele batizou a praia de São Sebastião. Parte da tripulação atracou no território e começou a desbravar o novo mundo, dando início ao que conhecemos como litoral norte de Santa Catarina.
Antes dos colonizadores chegarem, índios da tribo carijós já ocupavam o local divididos em pequenos guetos. Diversos sítios arqueológicos, oficinas e marcas de inscrições rupestres são encontrados até hoje na Praia dos Zimbros e na Baía do Canto Grande, que mostram que o povo nativo desenvolveu suas atividades à beira do mar.
Colonização açoriana
Quase 2 séculos passados, depois de receber relatos de terras ricas e prósperas, a coroa portuguesa também resolveu enviar embarcações até o litoral norte catarinense. A tripulação composta por mais de 6 mil pessoas e comandada pelo navegador Manoel Gonçalves, desembarcou na Enseada das Garoupas, em Porto Belo.
Os compatriotas açorianos se instalaram nas encostas dos morros e passaram a se dedicar à agricultura. Plantavam feijão, café, batata, mandioca, cana de açúcar e diversas frutas, tudo para garantir a subsistência da população. Alguns itens eram comercializados com o povoado de Tijucas.
Evolução e crescimento
Assim como toda a região litorânea se desenvolvia, Bombinhas também cresceu muito. No início do século XX, a pesca começou a ser a principal renda dos moradores. Isso porque as novas gerações das famílias de agricultores passaram a descer dos morros e viverem mais perto do mar.
Como a região era autossuficiente em alimentos, as mulheres passaram a se dedicar na manufatura para fabricação de algodão e tecidos para roupas em geral, e os homens, na pesca e comercialização de peixes. Muitos carregamentos eram transportados em embarcações para outras regiões do Brasil.
Turismo
Segundo os registros oficiais, os primeiros visitantes chegaram ao território em 1900. Em 1960, com o desenvolvimento econômico das indústrias do Sul do Brasil, o turismo no litoral catarinense explodiu. Diversas casas de veraneio foram se multiplicando e novos empreendimentos ganhando espaço.
Encantados pela beleza da natureza e o privilégio de estar frente ao mar, diversos dos visitantes resolveram se mudar de vez para a região. Por isso, houve um crescimento populacional bastante expressivo ao longo da década de 70.
Pouco a pouco, aquele território onde apenas agricultores viviam, começou a se tornar o destino de grande parte da população do sul brasileiro.
Muitos dos antigos pescadores e agricultores foram empregados pelos veranistas em suas propriedades. Eles cuidavam das residências durante o inverno. O serviço servia como um complemento da renda.
Passos para a emancipação política
Como já falamos acima, Bombinhas sempre fez parte do município de Porto Belo. Porém, os moradores da região tinham um sentimento de independência e desejavam que o território fosse separado, tendo uma emancipação política.
Em 1967, a lei aprovada pelos vereadores deu direito à Bombinhas tornar-se distrito oficial de Porto Belo.
Foi criada uma unidade comunitária dos moradores para resolver os problemas atuais do distrito. Com o descaso da prefeitura de Porto Belo, o sentimento de emancipação foi sendo aflorado cada vez mais nos corações dos bombienses.
A pressão por ter um território separado foi tanta, que chegou ao plenário da Assembleia Legislativa catarinense. Um comitê foi formado, inclusive, com campanha para que houvesse um plebiscito para decidir sobre a emancipação.
Aprovado pelos deputados estaduais de Santa Catarina, o plebiscito foi realizado no dia 15 de março de 1992. Os votos foram: 1454 a favor da separação territorial e 75 contra.
Com o resultado na mão, em 30 de março de 1992 foi autorizada a criação do município de Bombinhas. O ato político foi um marco na história da redemocratização brasileira porque mostrou que a força do povo pode mudar os rumos de onde vivem.
Desde então, Bombinhas passou a ter o menor território de Santa Catarina com uma área total de 34,5 km². Segundo o IBGE, a população estimada é de aproximadamente 20 mil habitantes.
Desenvolvimento
Durante meses, os noticiários estamparam o feito pelos moradores de Bombinhas, o que, indiretamente, deixou a nova cidade muito mais famosa!
Assim, o turismo progrediu de forma expansiva. Em 1996, a população já estava perto dos 6 mil habitantes, ou seja, com 166 moradores por quilômetro quadrado.
Em 2000, os números subiram para 8.700, confirmando o crescimento de 10% em apenas 4 anos.
O desenvolvimento também está estampado na arquitetura da cidade. Construções verticais tornaram-se elementos complementares das faixas de areia, afinal, quem não gosta de ver o mar pela janela de casa?
Ao todo são mais de 10 praias, algumas com belezas naturais preservadas até hoje. Mas isso, a gente te conta daqui a pouco!
Bombinhas está localizada em uma região muito favorável ao turismo. Poucos quilômetros de distância estão Itapema, Itajaí e Balneário Camboriú, cidades que movimentam o verão catarinense.
Por isso, o turismo é hoje a principal fonte de renda do município. A população flutuante durante o verão é de cerca de 80 mil pessoas, que se espalham pelos 23 bairros da cidade.
Quem viaja e conhece as praias catarinenses sempre tem um carinho especial por Bombinhas. Seja pelo agito aos finais de semana ou pela exuberância da natureza!
Para contar algumas das curiosidades que o território guarda, a gente separou as 5 principais!
5 curiosidades sobre Bombinhas
- Por que a cidade tem esse nome?
Existem diversas versões para a cidade ter ganho este nome. A que mais convence, até hoje, é que o barulho provocado pelo agito das ondas lembrava o estouro de uma pequena bomba. A outra evidência é de que ao caminhar sobre a areia da praia, o som produzido parecia o de pequenas bombinhas estalando.
As mesmas explicações também são dadas ao nome da praia de bombas, uma das mais procuradas pelos turistas.
- Lendas e histórias: a pedra descansa defunto
Cidades pequenas sempre têm aquelas lendas que são passadas de geração em geração, não é mesmo?
Em Bombinhas, há muitas! A mais conhecida é sem dúvidas a lenda da “pedra descansa defunto”.
Antigamente, o alto do morro da divisa entre Bombinhas e Porto Belo era o ponto mais alto da região. Quando ocorria algum falecimento nas cidades, o corpo do falecido era levado para o único cemitério, administrado pela Igreja Matriz.
Os carregadores geralmente colocavam o caixão em cima da pedra para tomar fôlego antes de iniciar a descida.
Foi aí que surgiu a lenda de que o local é mal assombrado. Segundo os relatos, à meia noite, às vezes, ouve-se o canto de uma coruja e o choro de uma criança. Também há o aparecimento de um feixe de luz e o barulho de latas.
A história está tão enraizada nos moradores nativos que muita gente evita passar pelo local durante à noite.
- Herança cultural
A herança cultural em Bombinhas é bastante intensa. Cada ponto turístico tem uma história curiosa e que valoriza os colonizadores.
A influência açoriana também é refletida em festas folclóricas como os eventos juninos, o boi de Mamão e o Pão por Deus.
Além disso, a gastronomia típica também é bastante envolvente. A culinária portuguesa regada a peixes e frutos do mar é de dar água na boca a qualquer turista.
Muitos dos locais estão de frente ao mar, o que proporciona uma experiência gastronômica muito maior.
- A menor cidade de Santa Catarina é repleta de praias
Bombinhas tem o menor território catarinense, são apenas 34,5 km². Só que cada metro da cidade é uma beleza diferente e envolvente.
São mais de 10 praias pertencentes ao município que podem ser aproveitadas por mais de 60 mil turistas que lotam a cidade.
Cada praia tem sua peculiaridade. Por exemplo, a praia de Bombas é a mais movimentada. Localizada no início da cidade, possui inúmeros restaurantes e bares em volta da orla. Quem caminha pelo local encontra música ao vivo e pequenas baladas para se divertir.
Outro destino muito procurado é a Praia de Mariscal. O nome faz alusão à grande quantidade de mariscos encontrada nos costões da Praia, que possui águas cristalinas e areias brancas e finas, à base de cristais de quartzo. Suas ondas de médio porte atraem muitos surfistas.
- A capital do mergulho ecológico
Carinhosamente, Bombinhas recebeu esse apelido porque possui praias muito propícias à prática.
Com 75% do seu território em área de preservação permanente, é considerada um paraíso ecológico do atlântico sul.
O município faz parte da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, um importante centro de estudos científicos da fauna e flora marinha, criadora de várias espécies de aves migratórias, e uma das melhores áreas de mergulho do país.
Com águas claras e transparentes é o local preferido dos mergulhadores amadores e profissionais.
Para os amantes do mergulho, Bombinhas oferece diversas operadoras e escolas de mergulho com certificado internacional.
Na região há o encontro de duas correntes marítimas que enriquecem a vida marinha. Além disso, o mergulho pode ser realizado o ano todo.
Bombinhas: um paraíso que você deve visitar
Bombinhas é, realmente, demais não é mesmo? A pequena cidade apaixona qualquer um que visita o município pela primeira vez, seja pela história ou pelas belezas naturais que as praias oferecem.
No artigo de hoje, aprendemos um pouco da história do município. Os primeiros passos dos colonizadores até o desenvolvimento turístico da região. Ah, isso sem contar da força de um povo que decidiu ir às urnas para decidir sobre a emancipação territorial.
Com todo este legado, Bombinhas, hoje, é um paraíso turístico no sul do Brasil. Cerca de 80 mil turistas visitam o local todos os verões.